domingo, 19 de abril de 2020

- A vida mostra-nos sempre o melhor caminho! -

Um dos meus maiores medos antes de engravidar era a de termos que lidar com problemas de fertilidade ou qualquer outro problema do qual eu não tivesse conhecimento. Nunca fui daquelas pessoas que acha que acontece só aos outros. Talvez seja um defeito meu mas tento ao máximo ter os pés assentes na terra. Às vezes até demais o que me conduz a uma ansiedade extrema por pensar em tudo aquilo que pode correr mal. Este era um assunto que me atormentava tanto que chegámos ao ponto de questionar a obstetra se o facto do meu namorado ter sido um bebé gerado através de processo in vitro poderia influenciar algo. Ela garantiu-nos que não mas fica sempre aquele bichinho chato na nossa cabeça que por vezes decide surgir para nos abalar mais um pouquinho. 

Quando tomámos a decisão de aumentar a família eu já tinha um exame que faço todos os anos marcado pela obstetra. Um exame de rotina para ter a certeza de que está tudo ok a nível ginecológico e para nós seria um bom ponto de partida para termos a certeza de que poderíamos avançar descansados. Claro está que foi exactamente nesse exame que surgiu a hipótese de eu ter pólipos no colo do útero, algo com que nunca tinha tido problemas. Disseram-me logo que não era nada grave e que caso se confirmasse seria de fácil resolução mas para não tentarmos engravidar porque se realmente os pólipos lá estivessem iriam aumentar a possibilidade de aborto espontâneo. Ao início fiquei perdida como se me estivessem a negar o maior desejo da minha vida. Fui egoísta e infantil, percebo-o agora. 

Não demorou muito a que eu visse toda a situação como que um "sinal" de que aquele ainda não era o nosso momento. E a verdade é que não seria. O facto de ter esperado fez-me vivenciar experiências que talvez tivesse que ter negado. Viajei pela primeira vez de avião. Conheci outro continente. Fui madrinha no casamento da minha melhor amiga. Aproveitei ao máximo aquelas que, sabemos agora, foram as últimas férias sem filhos. Tive tempo para aprender a aproveitar os pequenos momentos. Fiz caminhadas pelo fresco da manhã. Li. Escrevi. Dediquei-me a mim, para estar no meu melhor.

Acabei por ser reencaminhada para um médico especialista nestes problemas e algum tempo depois consegui realizar o exame específico (nada agradável por sinal). Felizmente a suspeita não passou disso mesmo e senti-me leve mal o médico me deu a novidade.  Lembro-me de ir ter com o David, que ficou mais de uma hora à minha espera, sem conseguir parar de sorrir. Lembro-me de ter saído da clínica - à beira-rio - e de termos feito uma caminhada enorme. Comemos num restaurante a olhar para a água e eu percebi que ali, naquele momento, era o ponto de viragem. O sol estava lindo, num dia de Setembro que poderia ser como qualquer outro. Mas que para nós passou a representar o dia em que o sonho começou a ganhar asas.

Mal sabíamos nós que o universo iria conspirar a nosso favor. Setembro continuará a ser um mês bonito: em que o sol brilha nas nossas peles e não vamos conseguir parar de sorrir. Mas desta vez porque será o mês em que, se tudo correr bem, iremos conhecer o nosso feijão. A vida leva-nos sempre para onde devemos estar.

4 comentários:

  1. Juro que estou mesmo feliz por ti, nota-se que é mesmo um sonho tornado realidade!
    A vida é difícil, mas presenteia-nos na altura certa <3

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  2. Cada vez mais tenho a certeza que tudo acontece no seu momento certo, por muito que não o compreendamos logo. Só temos que saber esperar mais um bocadinho e aproveitar tudo o que a vida nos reserva de bom :)

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  3. Fico muito feliz por ti, a sério!
    Que tudo corra bem ♥
    Já tinha saudades de te ler (não é nas Marés, mas agora por aqui eheh)

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  4. Aqui comentei: Como assim??
    Ausento-me uns tempinhos e é isto que acontece por aqui? Vamos ter um bloggerbaby?! NHAAA
    Fiquei tão feliz, principalmente por sentir o quanto querias isto - desde os posts sonhadores no blog... oh pah! Parabéns <33

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